A inclusão dos surdos no coração da Igreja Católica

Sabe-se que a história das pessoas com deficiência, é marcada por uma história de muitas lutas e de muitos sofrimentos.

Em se tratando das pessoas surdas, esta realidade não é diferente. Este grupo, por muito tempo foi tratado como minoria, não que hoje nestes tempos modernos isto não o seja, porém já é possível contabilizar registros de avanços que elevam estes irmãos a ser respeitados como pessoas com deficiência e com direitos e deveres a si atribuídos e legalizados.

No que se refere ao cuidado e estímulo da vida espiritual destes nossos irmãos surdos, há tempos encontra-se uma grande lacuna e muitos desafios em nossa Igreja Católica e um desejo muito grande da parte dos mesmos, para que conseguissem fazer seu encontro pessoal com Cristo.

Muitos surdos, por não ter conseguido este apoio e acolhida em nossas igrejas, devido toda a questão do preparo, acaba, que buscaram refúgio em outras denominações religiosas que os acolheram a sua forma.

Sabe-se que dos poucos filhos de DEUS surdos que ainda permanecem em nossa igreja, o fazem firmados na fé própria que o Cristo os concedeu e com toda a certeza, possuem um enorme amor pela Igreja Católica.  Caso contrário, não se submeteriam participar da celebração eucarística mesmo impossibilitados de escutar o que o sacerdote e toda a equipe de celebração estão transmitindo através de suas produções orais. Sabe-se que ainda, há surdos em que, cujas famílias preservam este amor a igreja e a importância de se regar a vida espiritual continuamente, desta forma, estas por sua vez se empenham em oferecer estímulo para que esta crença não se apague ou a chama da fé diminua e assumem o papel social que na verdade tanto a sociedade quanto a igreja deveriam assumir.

Pensando nesta dimensão e também em como estes filhos de DEUS estariam vivendo frente aos desafios desta PANDEMIA, bem como estariam alimentando sua fé e enchendo-se de esperança que o padre Fábio de Lima, pároco da Paróquia São Francisco em Sete Lagoas, sensibilizado com estes “irmãos mais sensíveis na audição” , termo criado por ele mesmo para se referir aos surdos, está realizando um trabalho integrado através da PASCOM (Pastoral da Comunicação) que viabiliza a acessibilidade comunicativa aos surdos de nossa Diocese. O direito de acesso à informação chega aos nossos irmãos surdos através de uma Intérprete de LIBRAS que realiza a ponte nesta comunicação.

A comunidade surda católica passa agora a ter o direito garantido de participar das celebrações eucarísticas e pela primeira vez na história de Sete Lagoas, SURDOS Católicos, pelo desejo e incentivo do padre Fábio de Lima, realizaram no dia 30, a Coroação a Nossa Senhora, tradição em nossa igreja no mês de Maio. Este mesmo grupo, também teve a oportunidade de participar da Novena de Pentecostes.  Todo material é produzido pelos recursos tecnológicos e dispostos nas redes sociais chegando aos lares daqueles que anseiam seguir pelo caminho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Sabe-se que muitos ainda são os desafios, mas a fé junto com a vontade em se fazer cumprir o que nos convida a Campanha da Fraternidade deste ano, “ Olhou, teve compaixão e cuidou dele”, é o combustível para fazer com que este desafiador projeto, que é do próprio Cristo, se realize verdadeiramente.

 

Texto de Marlen Mirely – Intérprete de Libras

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