Sete Lagoas, 02 de junho de 2019.
Prezados irmãos presbíteros, fiéis leigos (as), religiosos (as), evangelizadores (as), amados irmãos e irmãs, todos colaboradores no anúncio do Reino de Deus.
Desejo que chegue a vocês o meu mais puro sentimento de fraternidade!
Nossa Igreja tem proposto para leitura destes dias, o capítulo 15 dos Atos dos Apóstolos. Nele, aparece o Primeiro Concílio – a reunião de Jerusalém.
A Comunidade de Antioquia encontrava-se em dificuldades, porque os fiéis que vieram do judaísmo teimavam em exigir que no Caminho de Jesus fosse cumprida a Lei imposta pelo Templo de Jerusalém.
Cada um tinha sua posição pessoal, mas todos se dispunham a ouvir os demais e acordar no que melhor atendesse à moção do Espírito. E o Caminho de Jesus – a nossa Igreja! – se abriu para sempre para os ‘pagãos’ – até a nossa acolhida! Eles aprenderam, assim, que Vinho Novo se conserva em tonéis novos! Um exemplo bonito a ser seguido por nós, a Igreja de Jesus pelos séculos afora.
Procurando lembrar aquele ambiente, esta carta deseja nos ajudar a discernir, com ternura e mansidão, a Mensagem que o Espírito Santo está trazendo hoje.
Fixados em Jesus, podemos partir da verdade que “foi para a liberdade que Cristo nos libertou!” Na vida do Mestre a liberdade ocupa lugar central. No cristianismo nascente, entretanto, a tentação do rigorismo da Lei estava presente. Coube aos apóstolos dialogar amorosamente com esta situação, para reafirmar o Cristo Jesus como Caminho para uma vida de liberdade plena, tendo como base o Amor.
A fé no Espírito Santo nos dá a segurança de que, a cada leitura do texto Sagrado, nós o sentimos como se fosse dito hoje. Por isto, nós temos que considerar nossas circunstâncias na leitura. A comunicação ganha a cada dia novos parâmetros. No conteúdo e, especialmente, na forma. As redes sociais nos colocam, ao vivo, em vários lugares, em tempo real. Como devemos vivenciar esta “novidade” dentro das nossas estruturas?
Lembrar que “tudo me é permitido, mas nem tudo me convém”, certamente é uma boa regra. Mas, sem nenhuma dúvida, como cristãos, precisamos pedir que “Jesus, manso e humilde de coração, faça nosso coração semelhante ao dele!” Um agir que humaniza e liberta, precisa nascer de uma experiência de fé que abra nossos olhos, nos encaminhe para a busca da unidade e da comunhão e nos faça acreditar que é possível mudar tudo aquilo que discrimina e escraviza a vida.
Devemos procurar, acima de qualquer contenda, a unidade e a comunhão. São muitos os ramos de uma árvore, mas há um só tronco. Esta é a simplicidade que deve reinar na Igreja, em especial na Diocese de Sete Lagoas, porção do povo de Deus que nos foi confiada. Essa é a caridade que devemos exercitar: o amor fraternal, a paixão pela mansidão e a brandura.
Portanto meus queridos irmãos, usemos as novas tecnologias como ferramentas que Deus colocou em nossas mãos! Utilizemos delas para dar o nosso testemunho, e sendo, antes de tudo, testemunhas do Amor do Pai Misericordioso.
Com minha benção,
+ Aloísio Vitral
Bispo Diocesano de Sete Lagoas