Fraternidade e Vida: Dom e Compromisso

“Viu, sentiu compaixão e cuidou dele” ( Lc 10, 33-34)

É tempo da quaresma, perfume a cabeça, rasgue o coração e busque o essencial, a força do Evangelho. É um tempo pedagógico e terapêutico para alargar o olhar, mover as entranhas pela compaixão, aproximar-se e tornar-se útil ao outro.

É tempo da campanha da fraternidade! Gesto concreto da quaresma. “A fraternidade é a realidade mais bonita”.

Fraternidade e Vida, Dom e Compromisso, tendo como iluminação a parábola do Bom Samaritano (Lc, 10, 25-37). É para ler, meditar, orar e contemplar.

O bom samaritano é o anúncio da compaixão e do cuidado com a vida, por isso, no hino da campanha se canta no refrão: “peregrinos, aprendemos nesta estrada, o que o bom samaritano ensinou: ao passar por uma vida ameaçada, ele viu, compadeceu e cuidou”. Pensar o cuidado e solidarizar com toda vida. O hino faz este verso: “toda vida é um presente e é sagrada, seja humana, vegetal ou animal. É para sempre ser cuidada e respeitada, desde o início até seu termo natural”. Recorda o hino: “tua glória é o homem vivo, Deus da vida! Não esqueçamos a ‘vida (pra) ser sempre mais’”.

A preocupação do doutor da lei “o que devo fazer para ganhar a vida eterna”, parece ser a mesma preocupação dos tempos utilitários na pergunta: o que ganho com isso? O hino nos ajuda: “mata a vida o vírus da ganância, da violência, da mentira e da ambição. Mas também o preconceito, a intolerância”. A estreiteza do olhar, insensibilidade e indisposição da acolhida e do cuidado esclerosam o coração. O Papa Francisco pergunta “se perdemos a capacidade de chorar, se perdemos o dom das lágrimas?”

O bom samaritano é o toque para a nossa humanização. Ele nos ensina a arte de ver, compadecer e cuidar no ganhar a vida.

A Campanha da Fraternidade 2020, nos convida para três revoluções: da compaixão, da ternura e do cuidado. Coloca diante de nós duas bacias com água e toalha: a de Pilatos para lavar as mãos (que se faz em pé) e a de Jesus para lavar os pés (que tem que se inclinar até o chão). Três desafios: sair de si, abrir espaços (interiores e de nossas casas e paróquias) e estremecer as entranhas. Na inspiração de Santa Dulce dos Pobres ser “porta de São Francisco”. A iluminação de Jesus Samaritano (Lc 10, 25-37). Uma provocação: “vá e faça o mesmo”!

Em oito de março, acolha na ternura e cuide das mulheres, contra a marginalização e o feminicídio!

Pe. Warlem Dias 

Agenda Diocesana

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