Na sexa-feira (19/08), a polícia nacional da Nicarágua realizou um ataque noturno no bispado de Matagalpa, levando à força 9 pessoas, incluindo o bispo Rolando Álvarez, para transferi-las a Manágua: o prelado está agora em prisão domiciliar em sua residência na capital nicaraguense, enquanto as outras 8 pessoas estão num quartel para verificações.
Mensagens de solidariedade ao Bispo de Matagalpa e à Igreja nicaraguense chegam de todo o mundo. A ação também foi condenada pelo secretário da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que fala das “forças repressivas do regime de Ortega-Murillo” pedindo a libertação imediata do bispo de Matagalpa e de outras pessoas presas, bem como de todos os presos políticos.
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), organismo autônomo da Organização dos Estados Americanos, condena fortemente “a escalada na repressão contra membros da Igreja católica na Nicarágua e exorta o Estado a cessar imediatamente esses atos” libertando imediatamente o bispo Rolando Álvarez e as outras pessoas detidas. Esses eventos – diz a CIDH – “fazem parte de um contexto sistemático de perseguição, criminalização, moléstias e assédio” contra membros da Igreja católica na Nicarágua, “devido ao seu papel como mediadores no Diálogo Nacional de 2018 e seu papel crítico na denúncia das violações dos direitos humanos que ocorreram no contexto da crise do país”. A Comissão pede novamente ao governo nicaraguense que “cesse os ataques contínuos contra a Igreja católica”, que liberte “todas as pessoas ainda arbitrariamente privadas de sua liberdade e que cesse imediatamente a repressão no país”.
As Igrejas de todos os continentes estão manifestando grande solidariedade à Igreja Nicaraguense nestas horas, convidando os fiéis à oração e a uma proximidade ativa com a comunidade católica deste país da América Central.
Apelo do Papa pela Nicarágua: que o diálogo seja a base de uma convivência pacífica
Após a oração mariana do Angelus deste domingo (21/08), o Papa Francisco fez o seguinte apelo: Acompanho de perto com preocupação e tristeza a situação que se criou na Nicarágua, que envolve pessoas e instituições. Gostaria de expressar minha convicção e minha esperança de que, por meio de um diálogo aberto e sincero, se possam encontrar as bases para uma convivência respeitosa e pacífica. Peçamos ao Senhor, por intercessão da Puríssima, para que inspire esta vontade concreta no coração de todos.
Fonte VaticaNews