Carta Pastoral por ocasião do Advento e Natal

Queridos irmãos e irmãs da Diocese de Sete Lagoas,

Com imenso prazer quero transmitir a todos a alegria deste momento! Um sentimento suave, discreto, sem nada de espetacular no nosso cotidiano. Pois, o espetacular é que Jesus nasceu e mora para sempre conosco e em nós.

Levantai-vos! Erguei a cabeça! A vossa libertação está próxima. Irá brotar a semente da justiça e seu povo será salvo. Portanto, precisamos viver confiantes que o Senhor é a nossa justiça, para que amor possa transbordar através dos seus olhos e que assim, essa realidade possa ser vivenciada no nosso dia a dia. Que todos nós possamos alargar o sentido da nossa vida para que o mistério do Natal possa aí caber.

Esse tempo do advento até o Natal é e tempo de espera, de ânsia, de fome de Deus e de expectativa.

É como um jovem que procurava a Deus profundamente, bateu à porta de um mosteiro e disse que gostaria de conversar com algum dos monges. O porteiro, percebendo a ânsia do jovem, chamou o monge mais santo, idoso e sábio do mosteiro. O monge veio, tomou-o pela mão, levou-o até uma lagoa perto dali e pediu para que ele encostasse a cabeça no espelho de água. De forma surpreendente, o monge segurou com força a cabeça do jovem e cobriu todo o seu rosto debaixo da água. Após um tempo, quando ele estava quase sufocando, o monge levantou sua cabeça. O jovem começou a enfurecer-se com ele, quando recebeu a seguinte explicação: “Essa experiência é para fazer você entender que, para encontrar a Deus, se você não buscar com a mesma intensidade e vontade de respirar que você teve agora, não conseguirá encontrá-lo”.

Desta forma também, esta história vem dizer para você meu irmão, minha irmã e para mim: É esse o tempo da ânsia, da fome, da sede de Deus e de viver a realidade da fraternidade como algo mais importante das nossas vidas.

É o tempo que nos faz sair dos nossos medos e vem nos dizer que não há outra coisa a fazer da vida senão viver intensamente.

É o momento da vigilância, da atenção, como uma enfermeira no turno da noite, que tem que prestar a atenção no soro, na temperatura, do enfermo porque qualquer falha pode fazê-lo vir a falecer.

Nosso Deus assumiu nossa humanidade para sempre, possui um rosto humano e estabeleceu sua morada definitiva em nós. O que é preciso mudar em nossas vidas para sonharmos os mesmos sonhos de Deus? Talvez seja esta a grande pergunta.

Nosso Deus não ficou distante ou escondido. Revelou-se a nós através de uma criança, em Jesus de Nazaré, nosso maior segredo e nossa maior alegria.

Chegou a hora de nos tornarmos verdadeiramente uma família. Chegou a hora de nos fazermos irmãos e não concorrentes e adversários. Com a encarnação e ressurreição nenhuma pessoa mais é profana. Todas as pessoas são sagradas. Quando nós acolhemos uma pessoa, acolhemos tudo que ela traz consigo: alegrias e tristezas, lutas e conquistas, preocupações e esperanças, luzes e sombras.

Apesar de tudo, apesar de toda aparente escuridão, nós somos chamados a manter viva a chama da esperança.

Um feliz natal, um feliz ano novo e que cada vez mais possamos arregaçar as mangas e lutar verdadeiramente por um país irmão, por comunidades irmãs, vivendo na alegria e na paz.

Desejo a você e sua família um ano novo cheio da bênção Daquele que é o princípio e o fim de tudo e que Nossa Senhora, Imaculada Conceição, seja a grande companheira, amiga e intercessora durante a sua vida.

Com toda fraternura,

+ Aloísio Vitral

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