Família Sagrada no meio de nós

“Eis aqui a serva do Senhor; que se realize em mim tudo conforme a tua palavra!” (Lc 1,38). Com essa doação e obediência a Deus, Maria se fez a mais nobre de todas as mulheres. Mãe de Jesus, mãe de toda a humanidade, é e sempre será o exemplo a ser seguido pelas zelosas mães que amorosamente cuidam de seus filhos na vida terrena.

Podemos nos permitir imaginar como foi a relação de Nossa Senhora com o menino Jesus? Se sim, a imagem que chega ao coração e às retinas é de amor. Um lar feliz, repleto da benção do Espírito Santo. Diálogos dóceis. Olhares meigos. O carinho de mãe para com seu Filho ao deitar, ao acordar, ao se alimentar, a aprender o ofício de ser carpinteiro em  cada instante da vida da Sagrada Família. Depois, Ele ensinou ao mundo a maior de todas as lições: como viver a nova e eterna aliança.

José, o obediente homem, o bom carpinteiro e exemplo de pai, forma com Maria e Jesus o que devemos ser nos dias atuais: contraponto à sociedade dita moderna, consumista, insensível ao outro. Como nos ensina São Paulo em sua Carta aos Romanos (15,7): “Por isso, acolhei-vos uns aos outros, como Cristo vos acolheu, para a Glória de Deus.”

Trata-se, porém, de desafio. Dar cada passo em direção ao Caminho de Jesus requer renúncia, desapego, fraternidade. Como viver isso em tempos de competitividade, de ter e de não ser, de ser cego à dor do semelhante? Isto se aplica em todos os ambientes que vivemos.

Logo, o fardo não é leve. Poderá ficar mais suave se vivermos, ou pelo menos tentarmos viver o que o Papa Francisco afirma no título de um de seus mais nobres livros: “O nome de Deus é misericórdia.”

A misericórdia de Deus nos salva. O amor de Maria nos ensina. O exemplo de José nos mostra. A vida eterna de Jesus nos chama a sermos irmãos e irmãs, assim na Terra como no Céu.

Tome diariamente para si o olhar maternal de Maria, a fé de José e a Palavra que se fez carne e habitou entre nós: Jesus, o Salvador. Para viver em plenitude, observe antes de concluir; pense antes de falar; aconselhe sem julgar; ame sem medir.

 

Caio Pacheco, 51 anos, é escritor e ex-ministro da Eucaristia da Igreja de Santo Expedito

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