Sete Lagoas, 25 de março de 2021.
“O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos
sumos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, ao terceiro dia, ressuscitar” (Lc 9,22).
Estamos aproximando-nos da Semana Maior da nossa fé, a Semana Santa. Mais uma vez, pesarosamente, vamos celebrar a Páscoa em meio às restrições decorrentes da pandemia da Covid-19. Em muitas de nossas paróquias não será possível a participação presencial dos fiéis nas Celebrações. Apesar destas restrições, queremos realizar as cerimônias da Semana Santa com todo o fervor que nos compete.
Cabendo a nossa solicitude pastoral, em comunhão com as orientações da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB e da Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos (Portaria N.96/21), indicamos as disposições a serem observadas neste contexto de certas excepcionalidades na prática litúrgica.
Nesta perspectiva, orientamos e recomendamos o seguinte:
1- USO DAS REDES SOCIAIS E DE OUTOS MEIOS DE COMUNICAÇÃO – Em virtude deste tempo pandêmico, as redes sociais e outros meios de comunicação, tornaram-se grandes instrumentos de evangelização, favorecendo aos fiéis leigos manifestarem sua fé em suas respectivas necessidades. Assim sendo, sugerimos que, no decorrer da Semana Santa, se privilegie as redes sociais e outros meios de comunicação acessíveis e/ou disponíveis para transmitir as celebrações, permitindo aos fiéis, impossibilitados de frequentar a própria igreja, a acompanharem as celebrações.
2- PROCISSÕES – Previstas sempre em nossas programações da Semana Santa, devem, contudo, ser evitadas, visando a não aglomeração de fiéis e, consequentemente, não possibilitando possíveis riscos à saúde pública.
3- DOMINGO DE RAMOS – seja utilizada a segunda forma prevista pelo Missal Romano (vide página 229, §12, 13, 14 e 15), dentro das igrejas, respeitando-se as orientações sanitárias e o percentual de ocupação das igrejas autorizado pelos decretos municipais. Os fiéis sejam previamente exortados a trazer seus próprios ramos de casa, uma vez que não devem ser distribuídos nas igrejas, evitando-se a entrega ou a troca destes. Pode também ser utilizada a terceira forma prevista no Missal Romano. Lembramos que, em ambas as formas a serem escolhidas, a leitura da Paixão do Senhor é prevista em todas as celebrações paroquias deste dia.
4– MISSA DO CRISMA – Seja celebrada, a juízo do bispo diocesano, na medida do possível, com uma representação de “pastores, ministros e fiéis”. Em nossa Diocese, será celebrada na Quinta-Feira Santa, dia primeiro de abril, às 9h, na Matriz de Santa Luzia, em Sete Lagoas. Além dos bispos, sacerdotes e diáconos, propomos que cada paróquia motive a participação de um(a) leigo(a) nesta Celebração de caráter diocesano. Também as Famílias Religiosas e as Novas Comunidades poderão encaminhar um participante para a esta Celebração. Pedimos a gentileza de informar o nome dos participantes através do telefone da Cúria Diocesana (31) 3773-2270 (Luciana ou Carla) ou do email: [email protected] , até o dia 30 de março.
5- MISSAS DA CEIA DO SENHOR – Seja omitido o Rito do Lava-pés. Esse rito, quando realizado, requer a presença física de pessoas, homens e mulheres. Por isso, não deve ser substituído por nenhuma outra iniciativa, ideia ou representação que possa ferir o valor simbólico-sacramental deste gesto ritual. No final desta celebração, após a oração depois da comunhão, omita-se também a Transladação do Santíssimo Sacramento, que deve ser conservado no tabernáculo como de costume.
“Não se pode fazer a exposição com o ostensório” (Paschalis Sollemnitatis, n. 55). O momento de adoração seja breve para se evitar a permanência dos fiéis dentro das igrejas por muito tempo.
6 – SEXTA-FEIRA SANTA – Conforme orientação do Missal Romano (Sexta-feira da Paixão do Senhor, pag.255 n. 12) o bispo pode autorizar ou determinar uma intenção particular. No contexto da pandemia, que tem vitimado tantas pessoas, também em nossa Diocese, repropomos a oração abaixo, a ser novamente inserida na Oração Universal, como número X, antes de se rezar “Por todos os que sofrem provações”:
- Pelos que padecem a pandemia do Covid-19
Oremos ao Deus da vida, salvação do seu povo, para que sejam: consolados os que sofrem com a doença e a morte, provocadas pela pandemia do novo coronavírus; fortalecidos os que heroicamente têm cuidado dos enfermos; e inspirados os que se dedicam à pesquisa de uma vacina eficaz.
Reza-se em silêncio. Depois o sacerdote diz:
Ó Deus, nosso refúgio nas dificuldades, força na fraqueza e consolo nas lágrimas, compadecei-vos do vosso povo que padece sob a pandemia, para que encontre finalmente alívio na vossa misericórdia. Por Cristo, nosso Senhor.
Para a Adoração da Santa Cruz, seja utilizada a genuflexão simples ou outro gesto apropriado, evitando a utilização do beijo ou qualquer outro contato físico: “o sacerdote toma a cruz e, de pé diante do altar, convida o povo em breves palavras a adorá-la em silêncio, mantendo-a erguida por um momento” (Missal Romano, Sexta-feira da Paixão do Senhor, pag. 261 n. 19).
7 – SÁBADO SANTO – Propomos que na Vigília Pascal, além do Círio que permanecerá na Matriz, acenda-se também os círios a serem encaminhados para as comunidades da Paróquia. A incisão destes Círios (de tamanho menor que o da Matriz) poderá ser feita antes da Celebração da Vigília e sejam acesos no momento da Liturgia Batismal, em alusão aos batizados que, não se fazendo presentes na Vigília, devido às restrições decorrentes da pandemia, irão celebrar o Tempo Pascal em cada uma das comunidades da paróquia.
A Solene Vigília Pascal seja celebrada conforme sua estrutura própria. Pode-se, porém, seguir algumas indicações particulares (Missal Romano, Vigília Pascal, n. 13). Liturgia da Palavra (segunda parte): sugerimos a proclamação do número reduzido dos textos bíblicos para se evitar o prolongamento da celebração, ou seja: “Leiam-se pelo menos três leituras do Antigo Testamento ou, em casos especiais, ao menos duas. A leitura do Êxodo, cap. 14, nunca pode ser omitida” (Missal Romano, Vigília Pascal, n. 21). Do Novo Testamento, leiam-se a Epístola e o Evangelho.
Na difícil travessia desta aterrorizante pandemia, roguemos ao Bom Jesus dos Aflitos, e sua Santíssima Mãe, Nossa Senhora Auxílio dos cristãos, que nossas ações litúrgicas sejam frutuosas e dispensadoras do ânimo batismal na vida do povo a nós confiado, em cada porção desta Igreja Particular de Sete Lagoas.
Dom Francisco Cota de Oliveira
Bispo Diocesano de Sete Lagoas
Pe. Emerson Rodrigo Pereira
Pela Comissão Pastoral para a Liturgia
e Mestre de Cerimônias Diocesano
A todos nossos votos de uma santa Páscoa!
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Fontes: Anexos
Foto de destaque: Encenação da Paixão (Paróquia do Divino Espírito Santo – Sete Lagoas)
Por Ascom