Na véspera da 5° Romaria pela Ecologia Integral a Brumadinho, que aconteceu no dia 25 de janeiro, a igreja se pôs em saída na peregrinação com Nossa Senhora da Abadia da Água Suja, protetora das pessoas atingidas pela mineração.
Partindo do Santuário Arquidiocesano Nossa Senhora do Rosário (Renser), em Brumadinho, a Imagem Santa fez o caminho do Rio Paraopeba, em memória ao rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão e às vítimas do crime da Vale, ocorrido há 5 anos.
A peregrinação foi marcada por 4 momentos: A chegada de Nossa Senhora da Abadia da Água Suja a Brumadinho no dia 24, a caminhada em romaria no dia 25, uma parada para o ato na Aldeia Indígena Não Xoan, em São Joaquim de Bicas, no dia 27 e, por fim, a peregrinação chega no dia 28 à Paróquia de Santo Antônio, em Pequi, para uma celebração eucarística presidida por Dom Francisco Cotta.
Momentos marcantes de emoção e resistência
Visita à Aldeia Indígena Naô Xoan, em Joaquim de Bicas
Os indígenas Pataxó e Paraxó Hã Hã Hãe sofrem com os impactos da mineração que invadiu o território e contaminou o Rio Paraopeba, fonte de vida para o seu povo, os impedindo de praticar seus rituais, manter seus costumes, banhar-se ou mesmo ter água limpa para suas necessidades.
A resistência dos povos indígenas nas terras atingidas pela mineração é um símbolo de luta em defesa da natureza e de denúncia dos impactos de um modelo de exploração predatória que destrói nossos recursos naturais.
Chegada da imagem na Diocese de Sete Lagoas
Nossa Senhora da Abadia da Água Suja segue em sua missão peregrina, visitando seus filhos e filhas atingidos e atingidas pela mineração, acolhendo o sofrimento, trazendo sua mensagem de amor e reavivando a chama da fé. No último domingo (28), a Mãe Peregrina, protetora das pessoas atingidas pela mineração, chegou à ponte do Rio Paraopeba, entre Fortuna de Minas e Pequi.
Após o rompimento da barragem da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, a lama de rejeito despejada no Rio Paraopeba atingiu os municípios da Região 3 da Bacia (Pará de Minas, Fortuna de Minas, Esmeraldas, Florestal, Pequi, São José da Varginha, Caetanópolis, Paraopeba, Papagaios e Maravilhas). Foram nessas águas contaminadas pela ação predatória da mineradora Vale que a Imagem Santa foi recebida em carreata até a Capela de São Sebastião, na comunidade de Pindaíbas, em Pequi, e apresentada por Dom Francisco Cota durante a celebração eucarística.
Fonte e fotos: @rede_igrejasmineracaomg / @caritasmg