ORDENAÇÃO SACERDOTAL

“Feliz aquela que acreditou”(Lc 1,45)
I – Seminário Diocesano São Pio X
O Seminário Diocesano São Pio X entrega hoje, para o serviço pastoral, estes quatro novos padres que ajudarão a nossa Igreja Particular a cumprir sua tarefa e missão de evangelizar. Quero fazer chegar ao conhecimento de todos que o nosso Seminário Diocesano tem hoje 21 seminaristas, sendo 17 no Seminário Maior, em Belo Horizonte e 4 no Propedêutico, sendo acompanhados por Pe. Hélio, em Sete Lagoas. Este ano fomos agraciados em poder enviar um de nossos seminaristas para complementar seus estudos na Europa – num intercâmbio entre a PUC/MG e a Universidade de Coimbra -, em Portugal. É o Ítalo, filho desta Paróquia de Paraopeba. Ele foi destaque na PUC-MG. Está indo representando a Universidade e o nosso Seminário. Muitos outros o seguirão neste caminho. Agradecemos as doações em prol do Seminário, feitas através das campanhas promovidas pela OVS e equipes vocacionais das diversas paróquias da nossa Diocese. É com esta ajuda que nos mantemos nos Seminários em Belo Horizonte e em Sete Lagoas. Agradecemos também o Conselho de Formadores e a Dom Guilherme Porto, nosso Bispo Diocesano, pelo empenho e acompanhamento das atividades dos nossos seminários. A todos o nosso muito obrigado.
II – Palavras do Reitor aos neossacerdotes
Gostaria também de aproveitar do momento para dirigir uma palavrinha aos neossacerdotes: Pe. Lucas Vinícius, Pe. Emerson Rodrigo, Pe. Marcos Freitas e Pe. Juliano Ribeiro:
O desejo de sucesso pastoral de um padre, sobretudo recém ordenado e jovem, é muito grande e tentador. Mas este desejo de sucesso sem sofrimento, não passa de um sonho ou de uma grande ilusão. Estou lembrando vocês isso hoje, porque é muito comum em nosso meio a aspiração ao sucesso grandioso na missão. Isto aparentemente é uma coisa boa, mas pode trazer consequências drásticas à vida do neossacerdote uma vez que o caminho por onde deve percorrer o Ministro Ordenado exige renúncias das mais diversas e sacrifícios. Infelizmente impera, muitas vezes entre nós, o estrelismo sacerdotal, o espírito carreirista que é extremamente prejudicial ao serviço pastoral de que a Igreja necessita de seu Ministro Ordenado. O nosso primeiro dever é “cuidar do rebanho de Deus” (cf. 1Pd 5,1-11) que nos foi confiado e não nos promover às custas dele. Ter consciência, desde o início, que a missão do padre é impossível sem trilhar o caminho da dor, do abandono, das perseguições e de muitas outras modalidades de sofrimentos, inclusive da própria morte já é um grande passo para o sucesso pastoral em toda a sua vida ministerial. Guardem bem isso! Espelhem-se em Jesus, Bom Pastor! Na sua transfiguração no Monte Tabor (cf. Mt 17,1-9: Transfiguração do Senhor) Ele quis mostrar para os seus discípulos que não se chega à glória sem antes trilhar o caminho por onde até então eles estavam caminhando: o caminho para Jerusalém. E todos sabem o que lá aconteceu com Jesus e depois com os seus primeiros colaboradores. Não foi nada fácil! O desejo de ficar ali para sempre, numa glorificação antecipada, sem cruz, não pôde se cumprir enquanto tantas pessoas ainda sofriam pelo mundo a fora. O mesmo se aplica a nós hoje, em proporções ainda maiores. Assim como não existe um Cristo glorioso sem que haja um Jesus crucificado, também não haverá um sacerdote completo se não houver um sacerdote chagado e sofrido pelas mesmas causas do seu Mestre.
Estas minhas palavras, jovens padres, podem parecer duras demais e até mesmo agorentas, mas na verdade elas querem acender a chama da esperança e da fidelidade nos corações de vocês o quanto antes; pois sempre é colocado à prova as motivações, o compromisso pessoal, a responsabilidade, a seriedade e a maturidade daquele que ouviu a voz do Senhor e a ela respondeu positivamente. Digo a vocês isto hoje, não para amedrontá-los, mas encorajá-los para que, quando aparecerem as cruzes dolorosas, que são próprias do ofício do Ministério Ordenado que acabaram de receber, e que começa pela configuração de suas vidas à vida do Cristo Bom Pastor, saibam que agem na pessoa d’Ele, por causa d’Ele, por amor a Ele, com a ajuda d’Ele e em comunhão com Ele.
Que a Sua Santa Mãe, Aquela, que O trouxe no mais profundo de si mesma, através de toda a sua vida e até na morte, sendo trespassada pela “espada de dor” (cf. Lc 2,35), mas que se ergueu mercê da fé até Ele, cubra-nos a todos com o seu Santo Escapulário. Que o ministério de vocês seja fecundo como foi fecunda a fé da nossa Santa Mãe, que acreditou no que “o Senhor lhe prometeu” (cf. Lc 1,45). Amém.
Pe. Geraldo Ângelo da Silva
Reitor Seminário Maior São Pio X
Diocese de Sete Lagoas/MG